Em tempos tão difíceis que vamos enfrentando, gostaria de deixar uma contribuição: Diferentes circunstâncias levam a diferentes soluções. Acredito que entender um pouco sobre inovação e como ela pode acontecer, pode ser algo a contribuir nas reflexões.
Um pouco sobre Inovação
Existem várias definições do que é inovação e uma que eu gosto é do “guru” da administração Peter Drucker: “ato de atribuir novas capacidades aos recursos (processos e pessoas) existentes na empresa para gerar riqueza.” Mas a inovação é um estudo muito mais antigo do que muitos pensam. O “pai” da inovação Schumpeter, lá nos anos de 1934 cunhou que “a inovação pode ser a introdução de um novo produto ou mudança qualitativa em produto existente, a inovação de processo que seja novidade para uma indústria, abertura de um novo mercado, o desenvolvimento de novas fontes de suprimento de matéria-prima ou outros insumos e mudanças na organização industrial”.
Como disse, existem inúmeras outras definições e fiz um compilado que destaca que inovação está muito atrelada aos processos organizacionais e em todas as definições levantadas são citadas de alguma forma esta relação. E a inovação em processos é a que irei abordar, discutindo como uma forma de apoiar a alavancagem das empresas baseando nos sistemas ERP (que no contexto da empresa que o tem é um grande aliado, uma vez que estes sistemas proporcionam o fluxo de informações nos processos das empresas).
A inovação ocupa um papel de destaque na busca da competitividade das empresas. Seguindo a linha dos “gurus” outro que vou citar é Michael Porter, que afirma: “uma empresa só poderá obter melhores resultados do que os seus concorrentes se conseguir criar um fator diferenciador que se mantenha ao longo do tempo, sendo o principal instrumento de criação dessa vantagem competitiva a inovação ou os atos de inovação”.
Drucker pega pesado ao dizer que “existem apenas duas funções importantes nos negócios: marketing e inovação – tudo o mais é custo”. É claro que ele usou de sua visão e forma de chamar atenção para o tema. Pode ser que essa afirmação de Drucker seja uma realidade diferente do empresariado brasileiro, entretanto, chama a atenção ao fato de que processos inovativos não devem ser encarados como custo e pode residir aí um esforço a ser tratado para que haja apoio pela alta direção das empresas, uma vez que são estas as patrocinadoras de melhorias nas empresas.
Inovação incremental e de processo
Nem todas as inovações são iguais. Nem todas são tão novas, originais e causam grande impacto. Em relação à intensidade e impacto, existem dois tipos de inovação: a inovação incremental e a inovação radical. Existe a classificação dos tipos de inovação em produtos, processos ou organizacionais.
Como disse anteriormente, o foco desse artigo é a inovação em processos, logo vou me ater a esse tipo de inovação que é incremental referindo-se a melhoramentos e modificações cotidianas. A inovação incremental trata da otimização do negócio existente e a inovação de processo consiste em mudar a forma em que os produtos/serviços são criados e entregues.
Os autores Tidd, Bessant, & Pavitt afirmam que “Os produtos raramente são “novos para o mundo”, a inovação de processos é basicamente centrada na otimização ou na “eliminação de pragas dos sistemas”. Estudos acerca do desenvolvimento de processo incremental sugerem que os ganhos cumulativos de eficiência são muito maiores a longo prazo do que aqueles obtidos com mudanças radicais ocasionais”.
O processo de inovação
Uma representação simplificada do processo de inovação pode ser vista na figura a seguir:
No modelo apresentado fundamentalmente, esse processo envolve:
- Procura: Analisar o cenário a procura de ameças e oportunidades para mudança;
- Seleção: Decidir, levando em consideração uma visão estratégica de como um empresa pode se desenvolver melhor;
- Implementação: Traduzir o potencial da ideia inicial em algo novo e lançar / promover internamente. Promover a implementação não é um evento isolado, mas exige atenção a :
- Aquisição de conhecimento para possibilitar a inovação;
- Execução de projeto sob condições de imprevisibilidade que exigem grande capacidade de resolução de problemas;
- Lançamento da inovação e gerenciamento do seu processo inicial de adoção;
- Sustentabilidade de adoção do uso da inovação a longo prazo;
- Aprendizagem: as empresas tem a oportunidade de aprender com a progressão através desse ciclo, e maneira que possam construir sua base de conhecimento e melhorar as formas em que o processo é gerido.
Funil de decisões e matriz de gerenciamento da inovação
Para minimizar os riscos podemos usar um funil de decisões, baseado em outro autor da área de inovação, Mike Baxter, como uma forma de visualizar as variações do risco e incerteza.
Na Figura a seguir é apresentado o funil de decisões onde as formas arredondadas e sombreadas representam as alternativas possíveis e as formas retangulares e vazadas representam as decisões durante a seleção de alternativas.
A inovação não acontece repentinamente em uma empresa, sendo necessário realizar ações para a criação de um ambiente favorável à inovação. Esse ambiente depende das atitudes das pessoas e pelo estilo gerencial adotado pela alta gerência/direção e de como ela se relaciona com os demais funcionários da empresa.
Isso contribui para a criação de uma “cultura” empresarial. A participação dos agentes envolvidos no processo de inovação é mostrada na tabela a seguir onde é descrito as atividades de inovação. O processo de inovação exige alguns requisitos, que são aplicados para gerar resultados. Os requisitos são representados principalmente pelas ideias criativas das pessoas da empresa. Uma gerência preocupada com isso encoraja novas ideias e dá liberdade para criar, além de facilitar este processo.
Espero que esse artigo possa contribuir um pouco para algumas reflexões. No próximo vou abordar a relação entre a inovação em processos relacionado com os sistemas ERP.
Outra coisa, se quiser iniciar um processo de inovação na sua empresa, entre em contato conosco.